Muitos cultivadores, à medida que vão adquirindo experiencia na nobre arte, seja através do simples passar dos anos, dos eventos de que participa, dos cursos, workshops, exposições que frequenta, ou simplesmente através de material didático como livros e revistas, vão aos poucos adquirindo tambem consciencia sobre formas diferentes de trabalhar suas plantas visando finalizá-las como um bonsai completo.
Nessa linha, o bonsaista acaba por descobrir que, ao expor um trabalho seu, pode ampliar a mostra, adicionando componentes que realcem e abrilhantem ainda mais seu trabalho, como uma mesa para colocar sob o vaso, uma tabua ou pedaço de madeira com a mesma finalidade, pedras exóticas, com formatos variados, que hoje sabemos definir como sendo SUISEKI.
Nessa linha, o bonsaista acaba por descobrir que, ao expor um trabalho seu, pode ampliar a mostra, adicionando componentes que realcem e abrilhantem ainda mais seu trabalho, como uma mesa para colocar sob o vaso, uma tabua ou pedaço de madeira com a mesma finalidade, pedras exóticas, com formatos variados, que hoje sabemos definir como sendo SUISEKI.
Na sequencia dessas descobertas, dessas novidades complementares, temos então plantas de acento, que são definidas por seus nomes japoneses: KUSAMONO ou SHITAKUSA. A diferença entre uma e outra é uma linha bem tenue, que por vezes confunde mais que explica. O primeiro faz uma referencia a plantinhas maiores e o segundo a menores, como gramineas e similares.
Os japoneses, perfeccionistas ao extremo, gostam de compor quadros em que expõe bonsai dentro de determinada estação do ano, combinando então os kusamono ou shitakusa com as plantas adequadas a cada estação. Isso se traduz em que, ao expor uma frutifera qualquer, a fruta tenha correspondencia com sua similar na natureza, e a plantinha exposta ao lado seja justamente a mesma ou uma bem similar à encontrada crescendo na natureza ao lado da arvore frutifera.
Ainda não chegamos a esse nível, digamos, altamente técnico. Mas estamos no caminho, graças a Deus. Aos poucos vamos tomando ciência dessas partições dentro do bonsai, e nos apercebendo que uma exposição, hoje em dia, só fica mais bonita quando complementamos a mostra com plantas de acento, ou pedras/suiseki. Os adornos têm por finalidade melhorar a apresentação, tornando-a ainda mais chamativa, mais bonita do que realmente é.
Dizem que beleza não põe mesa. Um ditado afeito aos humanos, mas que, extensivamente, podemos aferir numa exposição de bonsai qualquer. É preciso estar atento à métrica da exposição. Isso significa que as plantas de acento ou pedras usadas não podem ser apresentadas na mesma linha em que está sendo exibido o bonsai. Há parametros, pré estabelecidos, que não devem ser ignorados. Aprendemos técnicas e técnicas para fazer bonsai, mas ignoramos essas regrinhas básicas da etiqueta de apresentação do bonsai numa expo qualquer.
Mas aí advém a pergunta crucial: o que podemos usar para formar um kusamono ou um shitakusa? A principio, qualquer coisa. Até mesmo mini bonsai ou mame entram nessa parada dura. Não há um vaso ideal para isso, podendo ser usado qualquer base que o cultivador queira: madeira, plastico, ceramica, papelão, arame, ferro, etc. Fica a critério de cada um usar aquilo que considera mais adequado ao trabalho executado por ele, com vistas a complementar a apresentação.
Alguns exemplos japoneses sobre isso:
Placas de ceramica, cortadas ou aproveitadas de algum excedente:
Vai jogar fora aquele pedaço de ceramica que uso para revestir o piso? Pense bem antes de fazer isso. Ele pode ser melhor aproveitado:
Nossos conhecidos ceramistas, Sami, Onodera, Izumi, etc, atentos a essa nova modalidade nacional, tem se esmerado em atender esse segmento. Veja um exemplo, japonês, dentro dessa nova tendencia:
Não tem ceramica sobrando em casa? Use um pedaço de pedra, ou de telha mesmo:
Quebrou um vaso, não dá para colar e ficar razoável e usar novamente? Use os cacos então:
Para que servem afinal aqueles vasinhos minusculos de bonsai? Não é para bonsai, é claro. Que tronco iria caber ali, juntamente com as raízes necessárias à sobrevivencia da planta? Eles servem para kusamono ou shitakusa:
"Minha goiabeira não engrossa o tronco, o que faço com ela?" Kusamono, claro:
Não encontro uma pedra cheia de reentrancias ou buracos para encaixar a raiz da minha arvore, o que faço? Kusamono, em pedras redondas ou similares, ficam super charmosos:
Eu adoro fazer bonsai com mini roseiras. Além de terem o tamano das flores e folhas diminutos o bastante para ficarem bem naturais, são sempre um charme a mais no viveiro, florindo praticamente o ano todo. Pegue a pedra que iria atirar no cachorro do vizinho para ele parar de latir e plante sobre ela uma mini roseira:
Ao preparar o material ceramico para ser usado como substrato sobrou um tijolo. Cansado demais para quebrá-lo? Não tem erro, plante shitakusa nele:
E se o tijolo estiver pintado? Então não serve para caco ceramico do substrato. Mas serve para shitakusa ou kusamono:
Dificil mesmo não é ter boas idéias para realizar trabalhos diferentes. É, isso sim, ter preguiça mental para pensar e ver diferente do comum, do habitual, do dia a dia. A criatividade aqui, é mais que o alcance de uma limitação, vai muito além da tentativa de fazer bem e melhor a cada vez que se tenta. Aprimorar técnicas de cultivo é muito importante no nosso universo bonsai, mas melhorar a qualidade do nosso trabalho, principalmente em apresentaçoes e exposições, é crucial, a meu ver.
E como podemos depreender desses singelos exemplares japoneses, não é algo tão dificil assim de ser conseguido, não é mesmo?
E como podemos depreender desses singelos exemplares japoneses, não é algo tão dificil assim de ser conseguido, não é mesmo?
Nenhum comentário:
Postar um comentário